CINELIMA - Plano Nacional de Cinema

06 maio 2008

Maio... 40 anos depois

Misturam-se nos últimos dias as comemorações dos períodos revolucionários com os desabafos políticos contra as juventudes “rascas”. Descobre-se, com grande escândalo, a falta de conhecimento e de interesse dos jovens sobre a sua história recente. Contudo, na década de 1960, em pleno período revolucionário, também se faziam igualmente acusações ao alheamento social dos jovens.
O Maio de 68 foi uma experiência social ampla. Foi uma abertura à mudança política em vários planos da vida. Lutava-se em greves gerais por melhores salários e condições de vida, ao mesmo tempo que jovens socialmente favorecidos, alguns da alta burguesia, organizavam barricadas, atiravam pedras à polícia e participavam em manifestações. Questionava-se a organização tradicional família, defendia-se o uso de drogas ao mesmo tempo que se pensava na propriedade intelectual das obras literárias, polémica cultural que ficou conhecida pela ideia da “morte do autor”. Defendia-se o direito de todos aos bens de consumo, ao mesmo tempo que se acusava a televisão e outros meios de comunicação de massa de provocarem o adormecimento das populações, no debate contra o “mundo do espectáculo”.
Passados 40 anos, o que surpreende é a actualidade das propostas do Maio de 68. Essa actualidade mostra-nos como são lentas as verdadeiras mudanças culturais. Para que elas se instalem precisam de muita energia, de muitos jovens de muitas gerações.

LP

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