A sétima edição da Ilustrarte – Bienal Internacional de Ilustração para a Infância é
inaugurada nesta quinta-feira no Museu da Eletricidade, em Lisboa. Teresa Lima
foi uma das selecionadas entre 1700 ilustradores de 72 países.
A ilustradora Teresa Lima foi
mais uma vez selecionada para a exposição que de dois em dois anos mostra o que
de melhor se faz pelo mundo na área da ilustração para a infância, a Ilustrarte. Desta vez, concorreu com
originais do livro ainda não editado O Contador de Estrelas, com texto de de
Arturo Abad (OQO Editora).
Para a também professora de
Educação Visual, “um livro ilustrado é um livro com brinde”, porque entende que
“a imagem não está lá para fazer compreender o texto, é uma mais-valia para
aquele texto”. Acredita que “mostrar para lá do que está escrito é uma forma
inteligente de ilustrar”. É o que costuma fazer.
Catarina Sobral, Joana Estrela
Barbosa e Daniel Moreira também terão trabalhos expostos no Museu da Eletricidade
até 17 de Abril, numa mostra que o curador Eduardo Filipe disse ao PÚBLICO ser
“bem representativa, na sua variedade de temas e estilos, do que é a ilustração
contemporânea internacional para a infância (e para todos)”.
Eduardo Filipe, que partilha a
curadoria com Ju Godinho, realça a exposição monográfica sobre a obra de Serge
Bloch, “um dos grandes autores da ilustração e design internacionais”. O
artista, autor de Eu Espero…, com Davide Cali (Bruaá), fez parte do júri e
estará presente na inauguração. O curador destaca ainda um outro núcleo a
visitar no Museu da Eletricidade, “o espaço dedicado aos livros de Alice
Vieira, uma das mais importantes escritoras portuguesas para a infância e
juventude”.
Esta sétima edição da Ilustrarte foi ganha pela ilustradora
espanhola Violeta Lópiz, com um trabalho inspirado nas ruas de Lisboa para o
livro Amigos do Peito, com texto do brasileiro Cláudio Tebas e editado em
Portugal pela Bruaá.
A ilustradora vive em Berlim e
fez este trabalho durante uma residência artística em Lisboa. Violeta Lópiz
contou à Lusa: “Pensava que iria fazer facilmente o livro, porque é um poema
muito simples, mas enganei-me, foi muito mais interessante.” E acrescentou,
sobre a cidade, que acabaria por reproduzir no livro: “Há outros estímulos,
outra luz, outra língua.” Como banda sonora em fundo durante o seu trabalho,
realizado com canetas de feltro, foi escutando música de José Afonso, disse à
Lusa.
As menções especiais foram para a
ilustradora belga Ingrid Godon, o espanhol Jesus Cisneros e a italiana Claudia
Palmarucci. Todos estarão presentes na inauguração, a convite da Ilustrarte e da Fundação EDP.
Nesta edição, os arquitetos Pedro
Cabrito e Isabel Diniz optaram por colocar os originais das ilustrações em 50
pequenas estruturas em forma de casa, “aquela forma que desenhamos na infância,
um quadrado, uma janela, um telhado e uma chaminé”, descreve Eduardo Filipe. Os
trabalhos ficarão no “chão da casa”, que é o tampo de uma mesa.
O aspeto geral da exposição será
assim o de um bairro. Coincidência feliz com a obra vencedora, já que tudo foi
concebido antes de se saber o resultado do concurso.
Para Teresa Lima, que concorreu
sempre a todas as edições, a Ilustrarte “é muito importante porque, além de ser
uma forma de contactar com outros ilustradores, é uma forma de divulgar o nosso
trabalho a nível nacional e internacional”. Realça ainda que ver um original
(quando não é ilustração digital) é muito diferente de ver uma reprodução, “vê-se
como é que se faz, todas as camadas”. E conclui: “A Ilustrarte é a nossa Feira
de Bolonha aqui em Portugal. É uma honra, no meio de tanta gente, ser selecionada.
Fico sempre feliz.”
Para a vencedora, Viloleta Lópiz,
“é muito bom, porque passamos a vida fechados em casa a desenhar, sem saber
muito bem se [os leitores] vão gostar ou não”.
Nesta edição, a visita à
exposição custa 2 euros, revertendo a receita para a campanha de assistência
humanitária Unicef – Crianças Sírias.
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