Comemoram-se hoje os 99 anos da implantação da República. Para preparar o seu centenário, vão surgir ao longo dos próximos meses, a nível nacional, um conjunto de eventos que servirão para honrar a memória dos valores e ideais que marcaram a sociedade portuguesa.
Nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910 ocorreram em Lisboa os factos que determinaram a sua implantação. Entre o Tejo, o Chiado e a Rotunda movimentaram-se as tropas que jogaram o destino da nossa história. De um lado, os militares leais (?) à monarquia, do outro, o sangue novo e entusiasta das tropas leais aos ideais republicanos. Na madrugada de 4 para 5, os militares da Rotunda fizeram xeque-mate à monarquia e, sem mais delongas, pela manhã, alguns membros do partido republicano sobem à varanda do edifício da Câmara Municipal e proclamam-na! Lisboa acorda republicana e o resto do país aceita a notícia. O rei e a família real fogem para o exílio em Inglaterra. Uma pátria, um hino e uma bandeira tornam-se no seu novo rosto. Estava feito. E depois?
Implantada a República, o regime tentou manter-se fiel aos seus princípios: democracia política e económica; sufrágio universal(?); laicização da sociedade (combate à influência religiosa em todos os sectores da vida civil e do ensino); combate ao analfabetismo; defesa da igualdade, liberdade e soberania da nação. Será que a sociedade portuguesa estava preparada para enfrentar tamanha mudança? A nossa sociedade era conservadora, religiosa e analfabeta e as propostas políticas revelaram-se demasiado arrojadas para a época, tendo em conta este contexto nacional. A Primeira Guerra Mundial, a ineficácia governativa, e a inoperância na concretização de alguns resultados mais visíveis levaram novamente o país ao desânimo, deixando a porta aberta para o retrocesso político e para a Ditadura.
Em 1926 termina esta primeira experiência, que no entanto tinha plantado raízes. Só no dia 25 de Abril de 1974, Portugal conseguiu retomar fôlego para construir um futuro melhor, baseado na justiça, na liberdade e no progresso, pedras basilares da Democracia.
Por tudo isto, a História tem que continuar a manter viva a memória de um povo. É um direito e um dever que cabe a todos nós!
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