Vai ser assinalado, pela última vez, o facto histórico que marcou a independência
nacional, em 1640. Foram sessenta anos debaixo do domínio espanhol. A vontade
de autodeterminação levou um povo a lutar pela sua posição ibérica.
Muitos dos nossos jovens não
dão importância à História do seu país e, numa altura em que seria preciso enraizar
a consciência nacional, o poder político, dominado pelos poderes económico e
financeiro vieram contribuir, definitivamente, para essa ignorância e esse
desprendimento. Onde fica a nossa identidade coletiva?
Só para recordar aos mais novos:
Em 1578, D. Sebastião morreu na batalha de Alcácer-Quibir, no norte de
África. Portugal ficou sem rei, pois D. Sebastião era muito novo e ainda não
tinha filhos, o que significa que não havia herdeiros diretos para a coroa
portuguesa. Subiu ao trono o Cardeal D. Henrique, tio-avô de D. Sebastião
que só reinou durante dois anos. A sucessão ao trono continuava um problema que
só se resolveu em 1580, quando nas Cortes de Tomar, Filipe II, rei de
Espanha, foi escolhido como o novo rei de Portugal. Filipe II era neto do rei
português D. Manuel, por isso tinha direito ao trono ( nesta altura era
frequente acontecerem casamentos entre pessoas das cortes de Portugal e Espanha).
Durante o domínio Filipino, Portugal foi perdendo os seus privilégios e o risco
de se vir a tornar numa “província” espanhola levou a que os portugueses se fossem
revoltando. Um golpe palaciano efetuado no dia 1 de dezembro de 1640 levou ao
afastamento dos espanhóis e ao surgimento da dinastia dos duques de Bragança,
com a escolha de D. João IV para novo rei de Portugal.