I
FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR
Por vezes é
necessário voltar atrás para reaprender a caminhar.
«O
caminho faz-se…», dizia o poeta.
Torna-se necessário
porque não existe.
Mesmo que lá esteja.
A sua presença é irreal. Difusa.
Apenas toma contorno
de realidade quando sobre ele se caminha.
É este o seu
propósito é essa a sua função.
Facultar a caminhada.
Deixar seguir em frente. Indicar rumo.
O conceito de
Flexibilização Curricular não é novo. Faz parte do nosso léxico docente. É
recurso de discurso permanente.
Porém quando
confrontado com a urgência da mudança educativa, com a necessidade de alteração
das práticas docentes, o conceito perde significância. Torna-se discurso. É
sempre «feito»… «tod@s fazemos»… mas difícil de percepcionar.
Recentemente a tónica
da política educativa em Portugal voltou a colocar a Flexibilização Curricular
na ordem do dia e na agenda de cada Escola e de cada Agrupamento de Escolas.
Segue, passo-a-passo,
as orientações que têm sido emanadas através dos documentos orientadores da
UNESCO e adotadas um pouco por todo o mundo.
Procura-se renovar a
Escola naquilo que ela tem de mais precioso. O seu recurso principal e a razão
da sua existência: os alun@s. Não esquecendo porém tod@s aqueles que são
pilares de uma comunidade educativa e sem @s quais a caminhada perde sentido:
@s educadores e os docentes, @s técnicos, @s assistentes operacionais, as
famílias e os pais,…
A Comunidade Educativa.
A Educação comungada. Partilhada.
Num processo dinâmico
de assunção da Escola enquanto espaço de conforto e securança, local de
crescimento e de desenvolvimento individual e colectivo, ponto de encontro de valores
comuns, zona de colaboração e de partilha, a tónica prática da Flexibilização
Curricular é responsabilizadora. Implica cada Escola, cada Agrupamento de
Escolas e cada membro da Comunidade Educativa num Projeto de Planeamento,
Organização e Gestão comum do(s) Currículo. Tudo isto inserido no quadro da
Autonomia Educativa pedida ao longo de décadas pelos professores/as.
Autonomia é
possibilidade. Tem de ser Liberdade. Tem de ser, forçosamente contributo para a
felicidade… é Democracia…
E, por isso, participação
ativa de Tod@s. Sem exclusão.
Sem necessidades
especiais que não sejam mais do que aquelas que respeitam a tod@se a cada um de
nós na sua diferença.
Na Escola de Tod@se
para Tod@s Flexibilizar o Currículo através da construção de projectos comuns
(inter, multi e transdisciplinares), da fusão de disciplinas, da criação de
novas disciplinas,… gera um imenso espaço aberto à criatividade e de criação.
25%!
É o tempo que temos
da nossa carga letiva para sermos comunidade. Para alterarmos. Para construirmos.
Para nos implicarmos. Para sermos um pouco mais com @s outr@s.
É tempo de trabalho.
É tempo de vida.
É muito tempo. É
muita responsabilidade.
Cabe-nos a nós, a
cada um de nós encontrar em cada um d@soutr@s, a vontade e a forma alterar o
presente…
Para que o futuro
possa ser um pouco melhor.
Como disse outro
poeta:
«Há
escolas que são gaiolas e há escolas que são asas…»
Pergunta-te:
Como é a tua/nossa
Escola?
E responde.
Com a convicção que,
«…Escolas que são gaiolas existem para
que os pássaros desaprendam a arte do voo…»
João Paulo Amaral,
professor de educação especial, 28 de fevereiro de 2018
Para
Ler:
Poema de António
Machado y Ruiz, «Cantares»;
Poema de Rúben Alves,
«Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas».
Para
Escutar e Ver:
https://www.youtube.com/watch?v=XVN1-blatyM
https://www.youtube.com/watch?v=qjyNv42g2XU
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