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02 março 2018

Educação Especial de A... Z


                             I
FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR
Por vezes é necessário voltar atrás para reaprender a caminhar.
«O caminho faz-se…», dizia o poeta.
Torna-se necessário porque não existe.
Mesmo que lá esteja. A sua presença é irreal. Difusa.
Apenas toma contorno de realidade quando sobre ele se caminha.
É este o seu propósito é essa a sua função.
Facultar a caminhada. Deixar seguir em frente. Indicar rumo.
O conceito de Flexibilização Curricular não é novo. Faz parte do nosso léxico docente. É recurso de discurso permanente.
Porém quando confrontado com a urgência da mudança educativa, com a necessidade de alteração das práticas docentes, o conceito perde significância. Torna-se discurso. É sempre «feito»… «tod@s fazemos»… mas difícil de percepcionar.
Recentemente a tónica da política educativa em Portugal voltou a colocar a Flexibilização Curricular na ordem do dia e na agenda de cada Escola e de cada Agrupamento de Escolas.
Segue, passo-a-passo, as orientações que têm sido emanadas através dos documentos orientadores da UNESCO e adotadas um pouco por todo o mundo.
Procura-se renovar a Escola naquilo que ela tem de mais precioso. O seu recurso principal e a razão da sua existência: os alun@s. Não esquecendo porém tod@s aqueles que são pilares de uma comunidade educativa e sem @s quais a caminhada perde sentido: @s educadores e os docentes, @s técnicos, @s assistentes operacionais, as famílias e os pais,…
A Comunidade Educativa. A Educação comungada. Partilhada.
Num processo dinâmico de assunção da Escola enquanto espaço de conforto e securança, local de crescimento e de desenvolvimento individual e colectivo, ponto de encontro de valores comuns, zona de colaboração e de partilha, a tónica prática da Flexibilização Curricular é responsabilizadora. Implica cada Escola, cada Agrupamento de Escolas e cada membro da Comunidade Educativa num Projeto de Planeamento, Organização e Gestão comum do(s) Currículo. Tudo isto inserido no quadro da Autonomia Educativa pedida ao longo de décadas pelos professores/as.
Autonomia é possibilidade. Tem de ser Liberdade. Tem de ser, forçosamente contributo para a felicidade… é Democracia…
E, por isso, participação ativa de Tod@s. Sem exclusão.
Sem necessidades especiais que não sejam mais do que aquelas que respeitam a tod@se a cada um de nós na sua diferença.
Na Escola de Tod@se para Tod@s Flexibilizar o Currículo através da construção de projectos comuns (inter, multi e transdisciplinares), da fusão de disciplinas, da criação de novas disciplinas,… gera um imenso espaço aberto à criatividade e de criação.
25%!
É o tempo que temos da nossa carga letiva para sermos comunidade. Para alterarmos. Para construirmos. Para nos implicarmos. Para sermos um pouco mais com @s outr@s.
É tempo de trabalho. É tempo de vida.
É muito tempo. É muita responsabilidade.
Cabe-nos a nós, a cada um de nós encontrar em cada um d@soutr@s, a vontade e a forma alterar o presente…
Para que o futuro possa ser um pouco melhor.
Como disse outro poeta:
«Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas…»
Pergunta-te:
Como é a tua/nossa Escola?
E responde.
Com a convicção que, «…Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo…»

João Paulo Amaral, professor de educação especial, 28 de fevereiro de 2018

Para Ler:

Poema de António Machado y Ruiz, «Cantares»;
Poema de Rúben Alves, «Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas».

Para Escutar e Ver:
https://www.youtube.com/watch?v=XVN1-blatyM
https://www.youtube.com/watch?v=qjyNv42g2XU

                           Imagem :http://podcastnbw.com/archives/1156, 01/03/2018, 11:40h;



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