Não
deixa de me espantar a veleidade com que algumas famílias e encarregad@s de
educação tratam a escola e os professores.
Ao
mínimo sinal de desconforto por parte dos seus educandos não se hesita em confrontar
diretamente, por vezes violentamente, de forma física e verbal aqueles e
aquelas que todos os dias assumem o papel único de velar pelo bem-estar físico,
emocional e educativo de milhares de crianças de norte a sul do país.
A
relação com a Escola resume assim à imposição da vontade pela coação dos
adultos esperando que o medo resolva comportamentos infantis e juvenis
socialmente inaceitáveis que se espera que a Escola resolva sem educar e
interpelar os seus atores.
Na
atualidade parte significativa do quotidiano escolar é dedicada à gestão
comportamental e ao encontro de respostas que permitam que as relações
interpessoais com os pares e adultos se traduzem em encontro e não em conflito.
Essa
é uma responsabilidade enorme que tem acompanhado os desafios educativos que a
escolaridade obrigatória, universal e heterogénea passou a exigir.
Esse
é um dever a que as famílias, no seu papel multifacetado e na diversidade de
composição atuais, não pode nem deve fugir.
Duvidar
dos professores é fragilizar a Educação, é reforçar comportamentos desadequados
que as crianças e os jovens, na sua relação ambígua com o exercício do poder
pela força, podem adquirir e que serão difíceis de controlar no futuro. É tornar
menos segura a escola para Tod@s. É abrir as portas à infelicidade.
Não
significa isto que os pais e encarregad@s de educação não devam confrontar os
professores com a necessidade de contribuírem de forma eficaz para o sucesso
educativo e pessoal dos seus filhos e educandos.
Pelo
contrário é essa a função conjunta que se exige e que é premente numa Escola
que se prolonga ao longo do nosso tempo de vida comum e que ocupa, para muitas
crianças e jovens, um tempo muito superior ao que passam quotidianamente com os
seus pais, educadores e famílias.
É
por tudo isto que a Relação entre a Escola e a Família deve ser reforçada.
Ser
comunidade exige responsabilidade partilhada. Solicita contributo ativo. Uma
voz que seja vida e que ajude…
Na
Educação Especial esta é uma verdade inquestionável.
Por
isso, na próxima vez em que o telemóvel do seu filh@ ou educand@ tocar durante
o tempo de uma aula… tente perceber que, em primeira instância, esse mesmo
telemóvel nunca deveria ter tocado… confronte o seu filh@ ou educand@ com esse
facto e recorde-se que cada história de vida tem sempre dois lados e tantas
visões particulares como o número de pessoas que as contam.
Mais
tarde e calmamente poderá perceber junto do professor/a e junto da escola os
factos e ser voz ativa no contributo de uma solução de futuro.
João
Paulo Amaral, maio de 2018
imagem:
colegiadobuenobrandao.blogspot.com,
18 maio de 2018, 17:33h
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